domingo, 4 de março de 2012

PARATEXTO
Paratexto (do grego para: ao lado de, perto de) é um texto que acompanha o texto principal. Pode ser uma estrutura, dispositivo ou convenção que se encontra no limite do texto principal de uma obra. Estes servem como elementos de mediação entre o leitor e o livro. Esta complexa mediação é feita através de: títulos, prólogos, prefácios, epígrafes, notas ou comentários, capas, frontispícios, índices, bibliografias, entre outros.
De acordo com a nossa contemporaneidade e exigências de uma era de informação, "agora o paratexto não se encontra no interior ou exterior: encontra-se em ambos; encontra-se no seu limite".
Gérard Genette (que cunhou o termo) define o paratexto nos seus limites em que este é se pode considerar como uma fronteira entre o texto impresso e a leitura e interpretação, desse mesmo texto.
 TIPOLOGIAS
CAPA: A capa impressa (de papel, cartão ou outro material) é algo bastante recente, esta é datada do início do século XIX. A capa nos dias correntes são compostas pelos mais diversos elementos e referências, mas obrigatoriamente terão que constar o nome do autor, o título da obra e o logótipo do editor.
Alguns dos elementos que podem constar na capa são os seguintes: nome ou pseudónimo do autor; título; género; dedicatória; um pequeno resumo biográfico do autor; a assinatura do autor; uma ilustração, número da edição, data, preço, ISBN, etc.
A capa, para além do seu propósito mais basilar que é compilar o conteúdo e referenciar a obra, hoje converte-se em mais um veículo publicitário. Em que os seus elementos, estruturação e imagem são concebidos pelo propósito de uma estratégia de marketing de forma a aumentar as vendas.
 PLEASE-INSERT: O please-insert (le prière d'insérer), pelo menos em França é referenciado com uma tipologia mais moderna. Este de uma forma simples é um encarte que contem informações sobre o trabalho (obra/livro) e que é particularmente direcionado aos críticos.
 TÍTULO: O título é o nome do livro. É o nome "dado" por um autor a uma determinada obra. O sem-título é a possibilidade de podermos não intitular uma obra.
 FRONTISPÍCIO: Página de rosto de Plinius maior's Naturalis História. O frontispício é o anglicismo para home page. Este na sua forma mais clássica incorpora os mais relevantes conteúdos. Mas o principal, é que este é a "cara" da obra/livro. Pode, também, ser designado por: página de rosto, folha de rosto, portada ou só rosto.
É estruturado de uma forma especifica que enumera a essência da obra e por vezes do seu autor ou mesmo editor. Pode conter os seguintes elementos: título, autor, editor, ilustração, tipo, volume, edição, localização e ano.
 ÍNDICE: O índice representa a possibilidade de síntese. Este é o indexador de conteúdos, já que este nos indica o caminho para diversas interpretações da obra.
 NOTAS COMENTÁRIOS: A designação de Genette para este paratexto assume a noção de hipertexto ou de fronteiras que revela o sistema de ideias e organização da leitura e percepção do conteúdo.
BIBLIOGRAFIA: A bibliografia é a descrição material, sistemática e histórica de livros e outros materiais gráficos enquanto objetos físicos.

Resumindo a definição
Paratexto
O paratexto é uma zona de fronteira, que estipula os contornos do texto e que o institui como obra. Este não é apenas um elemento de fronteira geográfica, de transição do dentro para fora, mas também uma mudança de estatuto, já que institui o texto com obra e o inscreve no circuito de comunicação. Os seus elementos constituintes (título, nome de autor, epígrafe, notas de rodapé, entre outros) têm uma capacidade performativa e uma função pragmática, orientando os modos de aceder ao texto e criando protocolos de leitura.
Com o hipertexto, estes elementos perdem-se, abandonando o texto a uma condição de virtualidade e de abertura. Contudo, muitas das informações contidas nestes elementos do livro impresso são inseridas e absorvidas pelo próprio texto, como é o caso das notas de rodapé.



Nenhum comentário:

Postar um comentário