domingo, 23 de outubro de 2011

Redação do Enem - 2011

"Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado"
Este foi o tema da redação do Enem 2011.

O tema foi  bastante sugestivo e atual, o que prova mais uma vez a necessidade do estudante está sempre atualizado. Para bem argumentar este tema, conhecimentos sobre valores, usos e importância das redes sociais no mundo moderno deveriam estar bem presentes na mente dos estudantes. Eles poderiam abordar (argumentando) sobre o relacionamento das pessoas
em redes como twitter, facebook... . Não poderiam também deixar de lado as consequências na política por exemplo,considerando as manifestções que ocorrem no Brasil por meio destas redes.

sábado, 15 de outubro de 2011

PLANO DE AULA

DISCIPLINA: Educação Inclusiva

OBJETIVOS EDUCACIONAIS

CONCEITUAL
Compreender a educação inclusiva como um processo que deve ser ampliado a todos os estabelecimentos de ensino regular visando à reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade dos alunos.
PROCEDIMENTAL 
Desenvolver a capacidade de percepção quanto ao sujeito e suas singularidades considerando crescimento, satisfação pessoal e inserção social de todos.
ATITUDINAL
Reconhecer relações entre ética e valores em respeito às diferenças e direito de igualdade no meio social. 

DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO

ELEMENTO MOTIVACIONAL
Dinâmica com o texto "A história do lápis". Os alunos deverão, em poucas palavras fazer uma relação do conteúdo do texto com a disciplina. Em seguida, em grupo de trabalho (GT), discutirão cenas relacionadas à educação e construirão uma paródia para cada cena estudada.
VERIFICAÇÃO DO CONHECIMENTO PRÉVIO DA TURMA
Acontecerá a medida que o conteúdo for sendo explanado. A partir das discussões será observado o conhecimento da turma considerando-se os diferentes saberes e sempre que for necessário o professor fará intervenções.

METODOLOGIA

1º MOMENTO
Exposição sobre a disciplina, objetivos da aula e início do conteúdo com breve histórico da Educação Inclusiva.
Introdução aos conceitos gerais de educação inclusiva com apresentação de slides.
Estudo em grupo e apresentações.
2º MOMENTO
Exposição dialogada sobre os aspectos históricos na perspectiva da educação inclusiva, alunos com necessidades educacionais especiais e escola inclusiva.
Esquema resumo para sistematização do conhecimento.
Aplicação da avaliação para verificação da aprendizagem.

RECURSOS DIDÁTICOS
Apostila do curso.
Quadro.
Projetor de multimídia.
Textos para leitura.
Debates.
Esquemas.

CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS AVALIATIVOS
Sistema de avaliação   Valor da avaliação    Instrumentos avaliativos
1. Presença                        2,0 pontos                    Relação de frequência
2. Trabalho do módulo      3,0 pontos                    Pesquisa de campo
3. Prova (sala)                    5,0 pontos                   Avaliação elaborada

DISCRIMINAÇÃO DOS INSTRUMENTOS AVALIATIVOS
TRABALHO DO MÓDULO
A pesquisa de campo versará de questões que devem ser elaboradas individualmente por cada estudante sobre educação inclusiva no(s) município(s), onde poderão entrevistar professores de classes especiais, de classes regulares, educadores de apoio e secretários de educação. (A escolha de quem vai ser entrevistado fica por conta do(a) estudante).
Realizada a pesquisa, cada estudante fará análise dos dados e produzirá um texto com os resultados obtidos.
PROVA (SALA)
Prova com questões discursivas para ser respondida individualmente onde será melhor avaliado o conteúdo trabalhado no módulo. Será permitida a consulta dos materiais (textos, apostila) utilizados em aula. O material poderá ser utilizado como apoio e não para cópia. Só serão consideradas corretas as respostas que apresentem coerência com os assuntos abordados.

REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
MACHADO, Adriana Marcondes. et. al. Inclusão e escolarização: múltiplas perspectivas.
1ª reimpressão. Porto Alegre: Mediação, 2009.





EDUCAÇÃO INCLUSIVA


FATEAD - FACULDADE TEOLÓGICA ADVIR   

Disciplina: Educação inclusiva
Professor: Manoel Joaquim da Silva

Aula ministrada no dia 16/10/2011
Curso: Pedagogia - 5º Período
Pólo: Macaparana - PE

Refletindo um pouco sobre Educação Inclusiva
A Educação Inclusiva atenta a diversidade inerente à espécie humana, busca perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. Prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e flexível requer mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, na formação humana dos professores e nas relações família-escola. Com força transformadora, a educação inclusiva aponta para uma sociedade inclusiva.
De acordo com o Seminário Internacional do Consórcio da Deficiência e do Desenvolvimento (International Disability and Development Consortium - IDDC) sobre a educação inclusiva, realizado em março de 1998 em Agra, na Índia, um sistema educacional só pode ser considerado inclusivo quando abrange a definição ampla deste conceito, nos seguintes termos:
  • Reconhece que todas as crianças podem aprender;
  • Reconhece e respeita diferenças nas crianças: idade, sexo, etnia, língua, deficiência/inabilidade, classe social, estado de saúde ou qualquer outra condição;
  • Permite que as estruturas, sistemas e metodologias de ensino atendam as necessidades de todas as crianças;
  • Faz parte de uma estratégia mais abrangente de promover uma sociedade inclusiva;
  • É um processo dinâmico que está em evolução constante;
  • Não deve ser restrito ou limitado por salas de aula numerosas nem por falta de recursos materiais.
Objetivos

Compreender a educação inclusiva como um processo que deve ser ampliado a todos os estabelecimentos de ensino regular visando à reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade dos alunos. (conceitual)

Desenvolver a capacidade de percepção quanto ao sujeito e suas singularidades considerando crescimento, satisfação pessoal e inserção social de todos. (procedimental)

Reconhecer relações entre ética e valores em respeito às diferenças e direito de igualdade no meio social.  (atitudinal)






Educação Inclusiva e ensino
O ensino inclusivo toma por base a visão sociológica de deficiência e diferença, reconhece assim que todas as crianças são diferentes, e que as escolas e sistemas de educação precisam ser transformados para atender às necessidades individuais de todos os educandos – com ou sem necessidade especial. A inclusão não significa tornar todos iguais, mas respeitar as diferenças. Isto exige a utilização de diferentes métodos para se responder às diferentes necessidades, capacidades e níveis de desenvolvimento individuais.

Um olhar sobre o texto  "A História do Lápis"
O que as alunas do curso entederão do texto? Haverá uma relação com a Edicação Inclusiva? E a escola inclusiva? Que escola é esta? ...
A História do Lápis
O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura perguntou:
-Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco
-E, por acaso, é uma história sobre mim?
A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
-Estou escrevendo sobre você, é verdade.
Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.

O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial. E disse:

-Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
No entanto, a avó respondeu:

- Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo:

'Primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Essa mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade.

'Segunda qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor.

' 'Terceira qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça.

"Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você.

' 'Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação.'

Resenha: "Educação Inclusiva"
Leitura da obra:
RIBEIRO, Maria Cláudia & SOUZA, Ilma Maria Silva de (orgs). Educação Inclusiva e Diversidade Sexual nas Redes de Proteção.

       O ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal.
       Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. Devemos buscar a inclusão, para que isto aconteça deve-se saber em primeiro lugar o que é ser normal. Dizem que o sujeito 'normal' é magro, alegre, belo, sociável e bem sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema. Neste contexto, a escola tem um papel primordial, que é permitir que as crianças reconheçam a existência do outro, outro este que conviverá por muitos anos, aprenderá a compartilhar seus brinquedos e até mesmo seu mau humor. É nesse processo que a criança cresce dependendo da sensibilidade dos professores que também trazem para a escola todos os seus traumas, rejeições, angústias e precisam aprender cada vez mais remover obstáculos mentais e emocionais , viver de forma mais íntegra, simples e sincera separando todas as dificuldades para que possa auxiliar na formação do caráter das crianças.
        O personagem central de Zaratustra e Nietzche pretende ser a separação de concepções morais pala coragem que adquire, em seu aprendizado trágico, de querer a vida como ela é, afirmando-a integralmente sem oposição de valores. Valores estes que Noé reforçam cada vez mais a importância de se falar sobre a sexualidade de forma satisfatória sem tramas e preconceitos. Acredito que antes de trabalhar com os adolescentes deve-se elaborar projetos trazendo a consciência dos professores a importância, a diversidade, vontade, jeito, gostos e sabores que são vividos na sexualidade, pois é chegada a hora de uma nova escola para fazer um mundo novo onde a sensualidade e nobreza do espírito deverão modelar e inspirar a humanidade a um novo modelo de família, buscando atingir assim um grande número de crianças e adolescentes.
          É sabido que o movimento social vem desde os indígenas, passando pelos quilombos entre outros, chegando à independência. Independência essa que é apenas uma ilusão. Precisamos resgatar a família. Começando pela família escolar ensinando o respeito e integridade neste mundo onde forma-se o caráter dos nossos homens do futuro. Podemos estar andando sempre na corda estendida, mas debaixo dela não precisa ter um abismo, mas sim um piso forte e firme no qual conduzirá para uma vida feliz e serena.
          Sexo e sexualidade são isso aí, caminhar com firmeza e com certeza de que sempre teremos reforço interior para seguirmos em harmonia interna e externa. 


ATIVIDADE: CENAS E PENSAMENTOS
1. Distribuir as cenas com os grupos para estudo.
2. Promover o debate.
3. Apresentar conclusões.
Obs.: O nome das pessoas é fictício.

CENA 1 - REDUZIR O SOCIAL AO CORPO DO SUJEITO
                Paulo foi diagnosticado como tendo distúrbios globais de desenvolvimento. Em seu prontuário escolar está registrado que é uma criança psicótica. Tem nove anos, ficou dois anos na classe especial para deficientes mentais em uma escoa estadual de ensino fundamental. Em 2003, foi para a sala de aula regular respaldado pela legislação que defende a educação inclusiva. Depois de três meses na sala regular, Maria, sua professora, está desanimada e chora muito. Na escola, Paulo é considerado "problema de Maria". Ela se sente sozinha e fracassada. Os técnicos da secretaria de educação haviam lhe entregado um texto intitulado "Como trabalhar com psicóticos". A mãe de Paulo reza todo dia, pedindo a Deus que ela não escute novamente a frase: "aqui não vai dar para ficar com seu filho", pois, se isso acontecer seu filho estará condenado a conviver apenas com a família.


CENA 2 - DESIGUALDADES CAMUFLADAS
                Pedro, seis anos de idade, aluno de uma escola municipal de educação infantil, não queria realizar as atividades em sala de aula naquele dia. Batia em vários colegas, provocava e se justificava dizendo que havia sido provocado pelos outros. Pela manhã, a professora pediu que as crianças desenhassem um dos animais que tinham visto no zoológico no dia anterior. Pedro não havia ido, pois sua mãe não pôde pagar os três reais para o passeio e não aceitou que uma das professoras pagasse por ela.



CENA 3 - OS FALSOS DIREITOS
                Em uma reunião semana de professoras de uma escola municipal de ensino infantil, uma das professoras relatou que ela ainda tinha quatro abonos para tirar naquele ano e que, portanto, não poderia participar de algumas atividades que estavam sendo pensadas por aquela equipe. Estávamos no fim do ano no dia 23 de novembro, e as preocupações giravam em torno da possibilidade ou não de se beneficiar ou não o direito de abonar.    


CENA 4 - OS SUJEITOS QUE TRILAHAM OS ENCAMINHAMENTOS
                A professora de Gabriel estava preocupada sensibilizada com ele. Ele era muito calado, não deixava ninguém chegar perto, não fazia as atividades e chorava muito. Ela então sugeriu que se fizesse uma avaliação psicológica. O setor de convênios da secretaria de educação foi acionado e Gabriel foi encaminhado para uma instituição conveniada que realiza avaliação psicológica de alunos de escola pública. Depois de seis meses, Gabriel foi atendido. A psicóloga do convênio teve alguns encontros com ele e enviou um relatório dizendo que ele precisava de atenção individualizada e que lhe faltavam concentração e uma relação mais próxima com a mãe e com o pai. Ela não entrou em contato com os profissionais da escola, que não se beneficiaram desse trabalho. A criança continuou agindo da mesma maneira na escola.


CENA 5 - O HOMEM "DE BEM" SEMIANALFABETO
                João tem hoje 18 anos. Quando era criança, consideravam-no um aluno terrível na escola. Um dia a diretora lhe disse que ele, da maneira como agia, iria virar ladrão. Na terceira série, com 13 anos de idade, era analfabeto, foi para a classe de aceleração. Lá conheceu o professor Antonio que o escutou, o ensinou e que não entendia como pessoais suas atitudes agressivas , achando que ele precisava de ajuda. João aprendeu a ler e a escrever, saiu da classe de aceleração aos 16 anos e voltou para sala regular (na quinta série) na qual não encontrou outros Antonios. Sentia-se incapaz e discriminado. Desistiu de estudar. Aos 18 anos estava desempregado e teve um filho com a namorada. Depois de se tornar pai, vestiu-se arrumado e foi para a escola levando sua esposa e carregando seu filho no colo. Foi à sala da diretora e afirmou: "A senhora precisava ver que eu sou homem 'de bem', não sou ladrão, não". Todos se emocionaram e choraram. Ficaram felizes.


CENA 6 - A CRIAÇÃO DE SUJEITOS CULPADOS
                Reginaldo está na quinta série, com 12 anos. Sua professora relata que ele é muito agressivo e provocador desde que ingressou na escola há três anos. Ela e a coordenadora da escola se queixam que já é a terceira vez (e no mês de maio), que chamavam a mãe e que não adiantava. Nas conversas com a mãe relatavam a ela as atitudes inconvenientes de Reginaldo e pediam que ela não batesse nele, pois sabiam que, normalmente, era isso que acontecia. A mãe saiu da escola sentindo-se pior do que havia entrado. Desanimada, impotente e com raiva de Reginaldo.


COMENTÁRIOS
Na cena 1 temos práticas que desconsideram que a inclusão não se dá "incluindo" os corpos das crianças nas classes regulares. A inclusão se dá quando se devolve o coletivo aquilo que foi individualizado no corpo do sujeito. O grito que ouve e surge da boca da criança com transtornos, ecoa e atravessa a todos produzindo efeitos diversificados em relação à produção de gritar. Dependendo da maneira como se implanta o processo de inclusão, Paulo ficará segregado na escola, à mercê dos esforços, das angústias e da força de Maria. Como responsabilizar o coletivo da escola por essa produção.

Na cena 2 temos os passeios pagos em escolas públicas. Muitos alunos não podem ir a esses passeios por não terem dinheiro para isso. Existirem atividades pedagógicas pagas em instituições educativas públicas produz processos de subjetivação nos quais os alunos, cujas famílias não podem apagar, aprendem que elas não têm o mesmo direito à educação daqueles que podem pagar. E os alunos cujas famílias podem pagar aprendem que, na escola pública, apenas pode participar de todas as atividades pedagógicas quem tiver condições financeiras para isso. Esses processos de subjetivação são desconsiderados por educadores e especialistas.  

Na cena 3 temos os falsos direitos engendrados na legislação educacional. Esses falsos direitos são utilizados para descarregar a tensão e a desvalorização do trabalho que muitos educadores sentem e, por isso, buscam formas individualizadas compensatórias (como as faltas). Muitos horários coletivos escolares são utilizados para se resolver emergências, para pensar atividades para a semana seguinte, sem tempo e sem possibilidade de refletir os acontecimentos e os objetivos da escola como um coletivo com contradições, divergências e diferentes relações de poder.

Na cena 4 temos a produção de trabalhos de psicólogos que desconsideram o território no qual os encaminhamentos são produzidos e uma política das secretarias de educação nas quais os encaminhamentos escolares são desconhecidos pela rede pública de saúde - são enviados diretamente para clínicas conveniadas. A trama institucional na qual o encaminhamento é engendrado não é analisado e nem escutado, reforçando a depositação de saberes nos especialistas e denunciando uma psicologia individualista (no sentido de entender os sintomas como fenômeno engendrados apenas pelo corpo do sujeito.

Na cena 5 temos a escola visando aos homens "de bem", cujo foco é "tirar os alunos da rua", a "Febem-dia", cuja meta é disciplinar. Ninguém estava indignado por João não ter terminado seus estudos. A relação que o professor Antonio é relatada com uma exceção, na qual João experimentou ser ouvido e respeitado. Nela conseguiu provar que "não era aquilo que falavam dele". Não era ladrão, nem malandro. Realizou outras produções. Essa maneira de viver na qual é necessário provar que "não se é" revela a força do aprisionamento produzido em processo de estgmatização. Um aprisionamento que exige provas cujo preço é o assujeitamento. Dessa desvalorização da aprendizagem não se limita, porém, aos usuários da escola pública fundamental; os próprios critérios institucionais estão impregnados dela - é capaz de terminar os estudos e obter o diploma quem tem bom comportamento. A disciplina como critério de boa escolarização passou a ser critério por excelência de aprovação. E um dos grandes objetivos da escola (quando não é o único para muitos) é a obtenção do diploma.

A cena 6 nos remete à relação que os profissionais da escola costumam estabelecer com a comunidade. Chamar pais para conversar na escola, dar orientações desconsiderando o lugar de poder que os educadores ocupam, produzir efeitos subjetivos nos quais as mães e os pais chamados se sentem mais impotentes; são práticas que nos revelam a intensa culpabilização depositada nos familiares, cuja severidade na relação com os filhos é diretamente proporcional à tristeza e à humilhação vivida em suas vidas. É por essa via que tentam, como único recurso que lhes resta, desenvolver nos filhos  algum controle  sobre suas vidas, pelo exercício do controle individual. Como se a falta de limite individual fosse a causa das situações de fracasso. Muitas mães nos revelam o peso, o sentimento de impotência e os efeitos subjetivos devastadores de atribuição, aos usuários da escola pública, daquilo que é produção coletiva em um sistema escolar.

ATIVIDADE DE SALA DA AULA
1. A educação inclusiva caracteriza-se como um novo princípio educacional, cujo conceito fundamental defende a heterogeneidade na classe escolar, como situação provocadora de interações entre crianças com situações pessoais as mais diversas. Além desta interação, muito importante para o fenômeno das aprendizagens recíprocas, propõe-se a busca de uma pedagogia que se dilate frente às diferenças do alunado.

Descreva, do seu ponto de vista, o tratado no trecho acima.
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2.  No contexto educacional, qual é a finalidade da inclusão?
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3. Mantoan (2003) afirma que o aprendiz da escola inclusiva é outro sujeito, que não tem identidade presa a modelos ideais, imutáveis e essenciais.

a) Neste sentido o que deve acontecer com o modelo educacional excludente, normativo e elitista?
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b) Para trabalhar com a inclusão escolar o professor deve pensar na ressignificação da prática.
Como ressignificá-la para atender aos que precisam e têm o direito de freqüentar a escola como todos?
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4. Quem lida com inclusão escolar precisa conhecer vários tipos de deficiências que os estudantes podem apresentar e aprender a lidar com eles promovendo uma aprendizagem.
Defina um tipo de deficiência e aponte uma forma de tratamento.
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ATIVIDADE COMPLEMENTAR

ORIENTAÇÕES

1ª PARTE - PESQUISA DE CAMPO

Entrevista

Ler o módulo de Educação Inclusiva para elaborar sua perguntas com fundamentação.

A entrevista deve ter 5 perguntas com respostas abertas. (Não precisa citar nome do(a) entrevistado(a), cite apenas a escola e o município.

 Visitar professores que trabalham com educação especial no seu município (ou em outros), conhecer as classes de educação especial e observar como os alunos são atendidos.

Podem ser entrevistados também professores do ensino regular para saber da opinião deles sobre educação especial. (Formular perguntas adequadas.)

Secretários de Educação. (As perguntas devem ser voltadas para a política de educação especial no município.)

Supervisores ou educadores de apoio. (As perguntas devem ser voltadas para o recinto escolar - como estes acompanham as classes especiais, se acham importantes a permanência destas classes, que suporte dão aos professores etc.)

Gestores das escola também podem ser entrevistados.

Observação: Na escola onde há classe especial e educador de apoio as perguntas podem ser divididas para este e para o professor.


2ª PARTE - AVALIAÇÃO DOS DADOS COLETADOS
Após ler as respostas dos entrevistados, elabore o seu resumo fazendo uma avaliação sobre o que foi visto. Dê a sua opinião sobre o ponto de vista dos entrevistados em forma de texto. Escreva no mínimo 20 linhas e no máximo 25 linhas.


COMO ORGANIZAR O TRABALHO
(Nome da Instituição de Ensino)
Pólo:___________________________________________________
Entrevistador(a):__________________________________________
Curso:_____________________ Período:______________________
Disciplina:_______________________________________________
Professor:_______________________________________________

                                       ENTREVISTA
Escola: ________________________________________________________________
Município:______________________________________________________________
Entrevistado:       (      ) Professor(a) : (      ) Classe Especial        (     ) Classe Regular  
                           (      ) Educador(a) de Apoio 
                           (      ) Gestor(a)
                           (      ) Secretário(a) de Educação

                                     
                                          ANÁLISE




Obs.: O trabalho pode ser digitado ou manuscrito (caneta azul ou preta) e sem rasuras.
Não serão considerados trabalhos cujos textos apresentem fragmentos da apostila.


domingo, 2 de outubro de 2011

Mudanças na redação do Enem 2011

CANDIDATOS INSCRITOS NO ENEM 2011
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), órgão responsável pela organização do exame, divulgou na última sexta-feira (30/09),  que a prova de redação sofrerá mudanças.
FIQUEM ATENTOS:
- Os candidatos deverão escrever, no mínimo oito linhas de texto. (Não se prenda a este limite. Escreva um pouco mais.)
- Até o ano passado, o mínimo exigido era de 11 linhas.
- Não poderão ser utilizados na redação trechos da pergunta.
- Os textos devem ser elaborados na estrutura de uma dissertação-argumentativa. Ou seja, os estudantes apresentam argumentos para comprovar sua tese e oferecem possíveis soluções para o problema   apresentado na proposta de redação.
QUANTO À CORREÇÃO:
A prova será automaticamente corrigida por um supervisor, quando a diferença entre as notas dos corretores atingir 300 pontos. Até o ano passado esta maargem de erro deveria atingir os 500 pontos.
ALGUMAS DICAS:
Na prova de redação do Enem o candidato deve propor uma solução para o problema apresentado no tema. Por isto é fundamental a informação e a criatividade para criar soluções, além da habilidade de defender o seu (do candidato) ponto de vista.
É necessária uma leitura atenta do noticiário para aguçar o poder de crítica.
É preciso ter informação para poder fazer a intervenção pedida. Não bastará ter uma proposta, é preciso saber defendê-la com consistência.
No desenvolvimento saiba usar a coletânea de textos apresentado no enunciado fazendo comparações ou observações sobre os fatos. Lembre-se que a coletânea serve apenas para "clarear" as ideias. Nada de copiar fragmentos na sua redação.
Na conclusão, é o momento de fazer a proposta; dê sugestões concretas.
Exemplo: Se o tema é a importância da leitura, compare hábitos de leitores brasileiros e de outros países e na hora de propor, use a criatividade, sugerindo a criação de bibliotecas públicas, intercâmbio de livros, campanhas na mídia de incentivos à leitura via SMS e quantas boas ideias você tiver.
Os temas propostos são objetivos e inspirados em fatos da atualidade. São assuntos de abrangência nacional, pois o exame é voltado para candidatos de todo o país. Temas de cunho social são decorrentes também.
NA HORA DE ESCREVER
NÃO FAÇA períodos muito longos, prefira sempre frases simples, pois elas dão clareza ao texto.
NÃO CRIE estruturas sintáticas incompletas.
NÃO USE marcas da oralidade, como gírias, chavões, por exemplo.
NÃO RECORRA a clichês quando fizer sua proposta.
NÃO USE um mesmo argumento repetidas vezes.
DEIXE DE LADO expressões como "eu acho", "nos dias atuais", desde os tempos remotos", desde os primórdios" etc.
JAMAIS desrespeite os direitos humanos.
FAÇA um roteiro sobre o tema. Isto lhe ajuda a ter foco na hora de criar a proposta.
PREFIRA um vocabulário simples a palavras rebuscadas.
USE sinônimos para não repetir palavras.
USE A NORMA CULTA. Uma das cinco competências da redação avalia o rigor gramatical.
SEJA COERENTE no texto que defenderá.
                                                                                       BOA REDAÇÃO!!!



sábado, 24 de setembro de 2011

Músicas

MÚSICAS DA DITADURA MILITAR - Aulas de literatura

ALEGRIA, ALEGRIA
Caminhando contra o vento
Sem lenço sem documento
Num sol de quase dezembro
Eu vou
Caetano Veloso, 1967

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES (Caminhando)
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer,
Geraldo Vandré, 1968


CÁLICE
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue.
Como beber dessa bebida amarga
Trazer a gota, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta ...
Chico Buarque Holanda, 1973

EU TE AMO, MEU BRASIL
As praias do Brasil ensolaradas lá, lá, lá
O chão onde o país se elevou lá, lá, lá
A mão de Deus abençoou, mulher que nasce aqui
Tem muito mais amor.
O céu do meu Brasil tem mais estrelas lá, lá, lá
O sol do meu país mais esplendor lá, lá, lá
A mão de Deus abençoou em terra brasileira, vou plantar amor,
Eu te amo, meu Brasil, eu te amo
Meu coração é verde, amarelo, branco, azul anil
Eu te amo, meu Brasil, eu te amo
Ninguém segura a juventude do Brasil
Dom e Ravel, 1970.


domingo, 4 de setembro de 2011

Poposta de redação


PRIMEIRA PROPOSTA DE REDAÇÃO
Quem merece o título de país do futuro?

No início da década de 70, a economia brasileira crescia anualmente a taxas superiores a 10%, e o Brasil estava destinado a ser o país do futuro como previa o general Médici, presidente da época.

Mas as duas décadas perdidas, que vieram após o período conhecido como "milagre econômico", fizeram com que a expressão, que um dia deu orgulho aos brasileiros, passasse a ser usada com ironia dentro e fora do Brasil, que passou a ser chamado de eterno país do futuro.

Ao mesmo tempo em que o Brasil vivia duas décadas de crescimento medíocre, a China de Deng Xiaoping se abria para o mundo e começava pouco a pouco a pular degraus no ranking dos países mais ricos: hoje já é a sexta maior economia do mundo e cresce anualmente a taxas superiores a 7%.

Será que o Brasil, que caiu recentemente da oitava para a décima posição no ranking das economias mundiais, consegue reagir e superar a China? Por que a China avança enquanto o Brasil pouco evolui? Será que o Brasil de Lula vai reverter esse quadro?

BBC Brasil, 06 de janeiro, 2003

***

À sombra do passado
Os 125 anos de nascimento de Stefan Zweig fazem um bom momento para relembrar os 65 anos de Brasil, país do futuro

Brasil, país do futuro: o título do livro escrito há 65 anos por Stefan Zweig (1881-1942) transformou-se, no imaginário nacional, quase como se fosse uma maldição que, após ser conjurada pelo pobre escritor austríaco, nos tivesse deixado presos num limbo de eterno “vir a ser”, sem nunca chegar lá.

Revista Pesquisa Fapesp - Edição Impressa 126 - Agosto 2006

***

Mãos dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

Carlos Drummond de Andrade

***

Com base nas idéias presentes nos textos acima, redija uma dissertação sobre o tema:

Brasil, país do futuro, os pilares para o desenvolvimento econômico, social e humano.

Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista e suas propostas, sem ferir os direitos humanos.

Observações:

• Seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da língua portuguesa.
• O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração.
• O texto deve ter, no mínimo, 15 (quinze) linhas escritas.

SEGUNDA PROPOSTA DE REDAÇÃO
O Bicho

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.


Poema de Manuel Bandeira


IBGE diz que 14 milhões de brasileiros passam fome

(O Estado de São Paulo - Nacional - 18/5/2006)

São 7,7% da população em situação de insegurança alimentar grave, de acordo com levantamento feito a pedido de ministério

Robson Pereira

A promessa de garantir três refeições diárias a todos os brasileiros, várias vezes repetida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está longe de se tornar realidade. A comprovação da distância entre intenção e realidade foi divulgada ontem pelo IBGE. Estudo inédito revelou que mais de 3,3 milhões de famílias em todo o País convivem de forma rotineira com o pesadelo da fome. Ao todo, 14 milhões de brasileiros, número equivalente a 7,7% da população, vivem no que o instituto chama de ambiente de insegurança alimentar grave. Em outras palavras, passam fome. Deixam de comer por absoluta falta de dinheiro para comprar alimentos.

Curta metragem "Ilha das Flores"
Direção: Jorge Furtado

Veja vídeos nos posts a seguir.


Com base nas idéias presentes nos textos acima, redija uma dissertação sobre o tema:

A erradicação da fome como prioridade.
Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista e suas propostas, sem ferir os direitos humanos.

Observações:

• Seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da língua portuguesa.
• O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração.
• O texto deve ter, no mínimo, 15 (quinze) linhas escritas.


TERCEIRA PROPOSTA DE REDAÇÃO - ARGUMENTAÇÃO

Os 8 passos para o Brasil virar uma potência

O prestígio internacional dá orgulho ao empresariado e ao governo do Brasil. Desde as privatizações não se via tanto investimento privado novo num mesmo setor. Até Pedro Paulo Diniz, ex-piloto de Fórmula 1 e empresário do ramo de entretenimento, e sua irmã, Lucila Diniz, herdeiros do grupo Pão de Açúcar, chegaram ao combustível natural. Vão investir cerca de US$ 200 milhões em duas usinas de álcool em Goiás. Para ter uma idéia do fascínio que o álcool vem exercendo, basta contar as liberações de crédito do BNDES.
Até a metade de maio, o BNDES aprovou R$ 1,24 bilhão para projetos no setor. É mais que todo o financiamento de 2005. E há os investimentos internacionais. O mais vultoso anunciado até agora são os US$ 2 bilhões reunidos pelo empresário Ricardo Semler e pelo ex-presidente da Petrobras Henri Philippe Reichstul, na Brazil Renewable Energy (Brenco). A empresa, lançada oficialmente no início do ano, já começou a plantar. Seus planos são construir quatro usinas, no Centro-Oeste, e exportar todo o álcool combustível produzido. Entre os sócios, empresários como Steve Case, fundador da AOL, Vinod Khosla, o multimilionário empreendedor indiano radicado nos Estados Unidos, e James Wolfenson, ex-presidente do Banco Mundial.
Segundo analistas, o Brasil tem potencial para se tornar uma Arábia Saudita verde. Os sauditas faturam US$ 154 bilhões por ano com petróleo. Ninguém arrisca quanto o Brasil ganharia exportando álcool. Mas poderíamos ir até mais longe porque, além de matéria-prima, dominamos a tecnologia da principal energia alternativa das próximas décadas. Receberíamos um volume de investimento sem comparação em nossa história, gerando fortunas empresariais e empregos em massa. Seria uma chance de dar um salto de desenvolvimento.
Essa chance existe porque o alto preço do petróleo e a preocupação com o aquecimento do planeta incentivam a busca por fontes de energia renováveis. O álcool, que o Brasil chegou a abandonar na década de 90, se encaixou nessa história. Embora a trajetória futura do álcool pareça brilhante, e o Brasil esteja na primeira classe, nada garante que não vamos ficar em alguma curva do caminho. Alguns desafios precisam ser enfrentados para o país não repetir o triste enredo de outros ciclos econômicos, como o da borracha, do café e do açúcar.

(...)
GARANTIR A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS

Se todo mundo começar a plantar cana, não vai faltar comida? Na teoria, não. A cana ocupa 6,2 milhões de hectares no Brasil. Outros 200 milhões de hectares são pastagens. Um ganho de 10% de produtividade no pasto liberaria 20 milhões de hectares para a expansão dos canaviais. Para atender à demanda mundial por álcool, caso o planeta resolva adicionar 5% de álcool à gasolina, precisaremos de pouco mais que 10 milhões de hectares plantados. O problema é que a vida real não funciona assim. Hoje, não há estímulo para a pecuária aumentar sua produtividade. E a produção de bois do país também tende a crescer. Também há pressão para plantar mais de outros alimentos. É pouco provável que alguém deixe de plantar. O que se teme é que plantadores de cana, pecuaristas e outros agricultores busquem a abertura de novas terras, pressionando as áreas de preservação ambiental.

EVITAR O CUSTO AMBIENTAL

Boa parte do prestígio do álcool tem razões ambientais. O combustível natural é uma alternativa à gasolina, cuja combustão gera gases que contribuem para o aquecimento global. “Mas essa vantagem é anulada se, para plantar cana, for necessário desmatar”, diz Christopher Flavin, do instituto Worldwatch, dos EUA. “Ninguém sério estabelece relação direta entre o desmatamento na Amazônia e a expansão da cana. O que existe é o risco para a Mata Atlântica e o Cerrado das regiões canavieiras.” E o perigo de uma compensação indireta: a plantação de cana sobre as pastagens do Sudeste e Centro-Oeste pode aumentar a pressão dos pecuaristas na Amazônia, onde eles já são os principais responsáveis pelo desmatamento ilegal e a grilagem.

A socióloga Laura Tetti, consultora da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), diz que é questionada sobre isso três vezes por semana. Sua melhor resposta é o que vem ocorrendo em São Paulo, Estado que concentra 70% da produção de álcool do país. Em um gráfico, Laura mostra como a área de cana quase dobrou no Estado nos últimos 15 anos. Outro gráfico, com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, sugere que, no mesmo período, a área de remanescentes florestais do Estado cresceu. “Os dados mostram como São Paulo não perdeu florestas para a expansão da cana”, diz Laura. Como? Existem projetos bem-sucedidos de corredores ecológicos em torno de canaviais na região de Piracicaba, em São Paulo. Espécies da Mata Atlântica foram usadas para reflorestar á­reas próximas às plantações.

Mas o destino da floresta ainda é incerto em outros Estados, como em Mato Grosso do Sul. Lá, existem projetos para expandir a área de canaviais de 200.000 para 1,2 milhão de hectares. “Só há um compromisso verbal de que o crescimento ocorrerá em áreas de pastagens, mas ninguém garante as reservas de Cerrado e Mata Atlântica da região”, diz Miguel Milano, da ONG Avina. “Claro que dá para plantar com cuidado. Mas não é o que temos visto.” O Ministério Público do Estado ainda está negociando salvaguardas ambientais com os representantes de 41 projetos de novas usinas para a região. Segundo o promotor Alexandre Raslan, eles ainda não concordam em assinar um termo se comprometendo a seguir a legislação ambiental para as s áreas arrendadas. “Isso garantiria a preservação de 20% da vegetação nativa em cada propriedade, como estabelece a lei”, diz.

OBTER GANHOS SOCIAIS

A indústria da cana, com pretensões a vôos internacionais, ainda se vê às voltas com problemas constrangedores, como a existência de trabalhadores em condições degradantes. O número de propriedades envolvidas é pequeno, mas a quantidade de trabalhadores libertados em alguns casos pelos fiscais do Ministério do Trabalho não. O caso mais estrondoso até agora foi a libertação de mil trabalhadores na fazenda Gameleira, em Mato Grosso, em 2005.

Mais do que melhorar as condições de trabalho, será preciso mudar o sistema de produção para atender às exigências do mercado externo. Além do trabalho degradante, a colheita da cana pressupõe a queima da plantação. Ela é feita para acabar com a palha da cana, cortante, que pode provocar lesões na pele e nos olhos. O fogo também reduz o risco de acidentes com animais, como cobras, no canavial.

A saída é mecanizar a colheita. Neste ano, 40% dos canaviais paulistas serão cortados à máquina. “Até 2017, esperamos não ter mais áreas queimadas e cortadas à mão no Estado”, diz Antônio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da Única. As máquinas não servem para terrenos inclinados ou plantações pequenas, mas devem substituir a maior parte da mão-de-obra empregada no setor. É um aumento da produtividade. Mas, também, num primeiro momento, um aumento do desemprego no campo. Os cortadores representam metade do 1 milhão de trabalhadores que a cana emprega. Cada colheitadeira substituirá pelo menos cem deles.

Se a mecanização deverá tirar muitos trabalhadores do campo, o estudo poderá colocar parte deles para dentro das usinas ou criar outras oportunidades de emprego. A pedido da associação de produtores, o Centro Paula Souza, a maior rede de escolas técnicas do Estado de São Paulo, criou um curso técnico em açúcar e álcool há seis anos. A idéia inicial era capacitar quem já havia concluído o ensino médio e trabalhava nas usinas. De lá para cá, escolas técnicas espalhadas pelo Estado oferecem o curso, que dura dois anos. Em Osvaldo Cruz, a cerca de 600 quilômetros da capital, a Escola Técnica Amin Jundi está formando 40 alunos neste ano.

(...)

Em todo o Oeste Paulista, devem ser abertas 40 usinas até 2010. Dos 160 mil postos de trabalho previstos, pelo menos 27 mil serão para técnicos. É o trabalho mais especializado tornando o lugar do trabalho braçal.

(...)

Fonte: Revista Época, Edição 472, 04/06/2007


Com base nas idéias presentes nos textos acima, redija uma dissertação sobre o tema:

O Brasil como potência energética e os problemas sócio-ambientais.

Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista e suas propostas, sem ferir os direitos humanos.

Observações:
• Seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da língua portuguesa.
• O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração.
• O texto deve ter, no mínimo, 15 (quinze) linhas escritas.

QUARTA PROPOSTA DE REDAÇÃO

Extraída do ENEM 2005

Leia com atenção os seguintes textos:

(Xisto T. de Medeiros Neto. A crueldade do trabalho infantil.
Diário de Natal. 21/10/2000.)

“Submetidas aos constrangimentos da miséria e da falta de alternativas de integração social, as famílias optam por preservar a integridade moral dos filhos, incutindo-lhes valores, tais como a dignidade, a honestidade e a honra do trabalhador. Há um investimento no caráter moralizador e disciplinador do trabalho, como tentativa de evitar que os filhos se incorporem aos grupos de jovens marginais e delinqüentes, ameaça que parece estar cada vez mais próxima das portas das casas.”

“Art. 4o. – É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.”

(Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990.)

Com base nas idéias presentes nos textos acima, redija uma dissertação sobre o tema:

O trabalho infantil na realidade brasileira.

Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista e suas propostas, sem ferir os direitos humanos.

Observações:

• Seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da língua portuguesa.
• O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração.
• O texto deve ter, no mínimo, 15 (quinze) linhas escritas.

QUINTA PROPOSTA DE REDAÇÃO

Fonte: Veja Classe AAA, Maio de 2005

"No Brasil a concentração de renda é tão intensa que o índice P90/P10 está em 68 (2001). Ou seja, para cada Dólar que os 10% mais pobres recebem, os 10% mais ricos recebem 68. O Brasil ganha apenas da Guatemala, Suazilândia, República Centro-Africana, Serra Leoa, Botsuana, Lesoto e Namíbia."

Fonte: Wikipedia

Educação é 2º fator de desigualdade social, diz Ipea

A educação é o segundo fator para a desigualdade entre ricos e pobres no Brasil - perde apenas para o acesso à cultura. A conclusão é do estudo Gasto e Consumo das Famílias Brasileiras Contemporâneas, divulgado nesta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O trabalho aponta que as famílias mais ricas gastam 30% a mais que as mais pobres e que quanto maior a renda per capita e o nível de escolaridade dos chefes de família, maior a parcela das despesas com educação.

Enquanto no biênio 1987/88 as despesas das famílias mais ricas brasileiras eram 11,9 vezes superiores às das mais pobres, em 2002/03 essa diferença cresceu para 24,5 vezes, sobretudo pelo aumento com gastos nos cursos regulares - de 13,9 para 44,5 vezes. Em 2002/03, os itens que apontam maior desigualdade de despesas entre as classes sociais brasileiras são os cursos de pós-graduação e os de idiomas, seguidos pelos de ensino superior e médio.

De acordo com o estudo, os gastos com cursos de pós-graduação são praticamente nulos entre as famílias mais pobres do Brasil. Outro indicador de desigualdade é que as despesas das famílias mais ricas com cursos de idiomas superam em até 800 vezes as das mais pobres.

A pesquisa aponta ainda que educação foi o item que mais cresceu no orçamento das famílias: os gastos passaram de 3,16% em 1987/88 para 4,26% em 1995/96, e para 5,50% em 2002/03. O aumento dessas despesas de 1987 a 2003 foi maior na região metropolitana de Goiânia, seguida pelas de São Paulo, Brasília e Belo Horizonte.

Os maiores gastos foram com os cursos regulares (pré-escolares, fundamental, médio e superiores), que em 1987/88 representavam 44,80% do total despendido com educação e em 2002/03 subiram para 66,47%. Os pesquisadores creditam essa alta à expansão da rede privada de ensino nos últimos 15 anos. Neste período, só as matrículas no ensino superior privado cresceram 174%, enquanto no público aumentaram 79,8%.

Para o ensino fundamental e o médio, o percentual de matrículas nas escolas privadas caiu de 12,2% para 9,2% em 1991/02, e de 27% para 12,9%, respectivamente. Segundo o estudo do Ipea, o aumento das mensalidades no período contribuiu para a queda nestes indicadores.
No entanto, segundo a economista Tatiane Menezes, professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e uma das pesquisadoras da obra, as famílias mais ricas do conjunto da sociedade continuaram a procurar mais as matrículas de seus filhos nas escolas privadas do sistema básico (fundamental e médio), em razão da queda na qualidade do ensino público para essas faixas.

Fonte: Agência Brasil, publicado no portal Terra em 23 de junho de 2007.
Com base nas idéias presentes nos textos acima, redija uma dissertação sobre o tema:

Distribuição de renda: como evitar que os ricos fiquem cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres?
Analisar a realidade brasileira e propor idéias para gerar desenvolvimento e renda, promovendo a inclusão social. Considerar os papéis do Estado, da iniciativa privada e da sociedade civil.

Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista e suas propostas, sem ferir os direitos humanos.

Observações:
• Seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da língua portuguesa.
• O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração.
• O texto deve ter, no mínimo, 15 (quinze) linhas escritas.

SEXTA PROPOSTA DE REDAÇÃO

Tema (desdobrado em três questões):

 Por que os alunos vão mal na redação?
 O estudante brasileiro tem dificuldade em escrever?
 Como melhorar esse aspecto da formação?


O poeta (Mário Quintana) vive brigando com as palavras para dizerem o que ele quer que digam. “Sempre tive dificuldade de escrever, acho que estilo é a dificuldade de expressão de cada um e, para se dar a impressão de que se fez uma coisa pela primeira vez, é preciso reescrever muito.” (Luis Fernando) Verissimo encara a criação do mesmo modo. “Tenho dificuldade de escrever” - repete - “para mim não é uma coisa natural. Levo horas para chegar a um piada. Gosto mais de desenhar e, quanto mais a gente escreve, mais difícil fica.”

Quintana e Verissimo, um encontro feito de humor e poesia, De Cleusa Maria. Jornal do Brasil, 4/5/84

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“Eu arriscaria dizer que, quanto mais se valorizar a redação, tanto melhor será o ensino.”

Reginaldo Pinto de Carvalho, coordenador de correção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Professor de Língua Portuguesa, dirige o Centro de Línguas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. É também membro da diretoria da Associação de Professores de Língua e Literatura (APLL). Tem obras publicadas sobre o ensino de Língua Portuguesa e é pesquisador na área de Estilística.

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A Fuvest, maior e mais importante vestibular do país, repreendeu ontem escolas e cursos pré-vestibulares por ensinar seus alunos a produzir redações padronizadas, repleta de clichês e de citações generalistas. A instituição alerta que até os textos rebuscados recebem nota zero se fugirem do tema proposto."Os professores estão ensinando fórmulas que prendem o candidato, o que chamamos aqui de texto camisa-de-força", alertou Maria Thereza Fraga Rocco, diretora-executiva da Fuvest, fundação que elabora o vestibular da USP (Universidade de São Paulo), da Santa Casa e da Academia de Polícia Militar do Barro Branco.

Essas redações, afirma, geralmente empregam citações de grandes nomes da literatura ou de pensadores. "É bastante comum os estudantes utilizarem no início dos parágrafos frases como: Segundo [Sigmound] Freud, ...; De acordo com [François Marie Arouet] Voltaire,...; para mostrar erudição. Mas isso não tem valor algum se o candidato fugir da proposta da redação."

Maria Thereza ressalta que as referências não são proibidas, mas devem ser usadas com cautela e no momento oportuno.

Direção da Fuvest critica escolas e cursinhos por redações-clichê por Alexandre Nobeschi em Folha de S. Paulo, 19/04/2005
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Orientações gerais

Como produzir um bom texto
- Leia atentamente as orientações da prova
- Defenda seu ponto de vista com consistência e criatividade. Evite clichês e idéias de senso comum
- Seja claro e crítico
- Cada parágrafo deve expressar uma idéia completa e dar progressão ao texto
- Evite repetições e textos com frases soltas e desconexas. Use conjunções para interligar orações
- Procure vocabulário adequado ao tipo de texto que está produzindo. O uso de gírias, por exemplo, não é condenado, desde que tenha relação com a idéia central do texto e não mostre pobreza de vocabulário
SÉTIMA PROPOSTA DE REDAÇÃO
Inclusão digital – o computador como ferramenta para a construção do conhecimento.

“A crueldade do trabalho infantil é um pecado social grave em nosso País. A dignidade de milhões de crianças brasileiras está sendo roubada diante do desrespeito aos direitos humanos fundamentais que não lhes são reconhecidos: por culpa do poder público, quando não atua de forma prioritária e efetiva, e por culpa da família e da sociedade, quando se omitem diante do problema ou quando simplesmente o ignoram em decorrência da postura individualista que caracteriza os regimes sociais e políticos do capitalismo contemporâneo, sem pátria e sem conteúdo ético.”