Doenças
cibernéticas
Cybersickness, Nomophobia,
Cibercondria... Conheça oito doenças relacionadas ao uso incessante da internet
A "Depressão do
Facebook" aparece por parecer que a vida de todos é mais feliz e bem
sucedida que a sua.
Já parou pra pensar o que
seria de você sem acesso wi-fi, sem smartphone, sem mensagem instantânea, sem o
Facebook, sem a atualização do Twitter, e tudo o que está relacionado a nova
vida digital? À medida que esses itens se tornam indispensáveis para as
pessoas, uma série de complicações e novas doenças vem junto com eles. É o que
explica Larry Rosen, professor de psicologia na Universidade Estadual da
California, Dominguez Hills, em seu novo livro, iDisorder.
Segundo o professor, alguns
distúrbios são formas modificadas de outros já conhecidos, porém adaptados à
nova realidade digital. “Interagir com a nossa tecnologia pode fazer-nos exibir
sinais e sintomas diversos, que vão desde depressão, narcisismo ou voyeurismo”,
afirma Larry. Ao mesmo tempo, outras doenças totalmente novas surgem
intimamente ligadas a este universo cibernético. Embora algumas doenças ainda
estejam sendo pesquisadas, muitas já foram catalogadas oficialmente.
Separamos uma lista com oito
delas. Não se assuste se você se encaixar em uma -ou mais. Em todo caso, se
notar que os níveis são alarmantes, a dica é procurar um especialista. Confira!
1. Síndrome do toque fantasma - Trata-se
daquela sensação de que o seu celular está vibrando no seu bolso, fazendo com
que você o pegue de cinco em cinco minutos para conferir. A síndrome é mais
comum do que imaginamos, de acordo com Larry. Segundo ele, pelo menos 70% das
pessoas que assumem usar muito o celular sofrem este tipo de “delírio”. Para o
professor, a sensação está relacionada aos mecanismos de resposta do nosso
cérebro.
2. Nomophobia - Nada mais é do
que aquela terrível sensação de ansiedade ao ficar sem celular. A palavra
nomophobia é uma abreviatura de “no-mobile phobia”, ou seja, medo de ficar sem
o telefone móvel. Para algumas pessoas, quando o celular fica sem bateria e não
tem nenhuma tomada por perto, há aquela desconfortável sensação de privação e
distanciamento do mundo. Segundo o professor, por conta do acesso que a maioria
dos celulares tem às redes sociais, ficar sem o aparelho pode causar a sensação
de solidão e abandono.
3. Náusea Digital (Cybersickness) -
Trata-se da vertigem que algumas pessoas sentem quando interagem com alguns
ambientes digitais. Em tempos de Gifs, sites em flash e um sem número de
experiências em 3D, torna-se cada vez mais comum pessoas sentirem-se tontas e
nauseadas ao interagirem com este universo fora do comum. Essas tonturas e
náuseas resultantes de um ambiente virtual foram apelidadas de Cybersickness. O
termo surgiu na década de 1990 para descrever a sensação de desorientação
vivida por usuários iniciais de sistemas de realidade virtual. É basicamente o
nosso cérebro sendo enganado e ficando enjoado por conta da sensação de
movimento quando não estamos realmente nos movimentando.
4. Depressão do Facebook - Enquanto acreditamos que as redes sociais, ao
aumentarem as possibilidades de interação entre as pessoas torna-as mais
felizes, um estudo da Universidade de Michigan mostra que não. O estudo aponta
que a depressão entre os jovens está diretamente ligada ao tempo que passam no
Facebook. Aquela história de que o Facebook é o mundo ideal, onde todos são
felizes, bem sucedidos, engajados e populares, pode levar o usuário a crer que
todo mundo tem uma vida melhor que a dele, causando a depressão. Outro ponto é,
justamente quando o usuário faz postagens que não repercutem como ele imaginava
que aconteceria, causando profunda frustração. O experimento realizado por
Rosen mostrou que os usuários que têm muitos amigos na rede social mostraram
ter menor incidência de problemas emocionais, quando o uso da mídia social é
associado a outras formas de contato, como o telefone, por exemplo.
5. Transtorno de Dependência da Internet
- Diz respeito ao uso excessivo e irracional da internet com
interferência direta no dia a dia. A utilização compulsiva é frequentemente
vista com sintoma de alguma doença maior, como depressão, TOC, Transtorno de
Déficit de Atenção e ansiedade social, como afirma a Dra. Kimberly Young,
médica responsável pelo Centro de Dependência da Internet, que trata de
inúmeras formas de dependência à rede. Segundo ela, as formas de vício em
internet geralmente estão ligadas a “baixa autoestima, baixa autossuficiência e
habilidades ruins”.
6. Vício de jogos on-line -
Embora não seja reconhecido oficialmente como uma doença, o vício em jogos
on-line se manifesta como qualquer outro. Existem vários grupos de apoio
espalhados pelo mundo, tal como os “Alcoólicos Anônimos”, ajudando pessoas a
lidar com o problema. “Quando você é dependente de algo, seu cérebro
basicamente está informando que precisa de certas substâncias
neurotransmissoras, particularmente a dopamina e a serotonina, para se sentir
bem”, diz Rosen. Segundo ele, esta regra se aplica em qualquer caso de vício,
em que o cérebro sente a necessidade receber os neurotransmissores exige que
você faça repetidamente a atividade para se sentir bem.
7. Cibercondria, ou hipocondria digital -
Trata-se da tendência de o usuário acreditar que tem todas as doenças sobre as
quais leu na internet. Grande parte deste problema está justamente na
quantidade infindável de informações relacionadas a doenças -nem sempre
confiáveis- disponíveis na rede. Pessoas recorrem ao “médicos virtuais” para
identificar a causa de pequenos problemas, como dores de cabeça por exemplo. A
partir daí, com um pouco de informação e muita imaginação, o usuário passa a
pensar que tem algo grave.
8. O efeito Google - É quando,
por conta da facilidade em encontrar todo tipo de informação na internet, nosso
cérebro passa a reter uma quantidade menor de informações. O cérebro passa agir
como se não mais necessitasse memorizar certas informações, já que as
conseguiria com facilidade na rede. Segundo o Dr. Rosen, esta mudança não é
necessariamente ruim, uma vez que marca uma mudança social que apontaria para
uma geração mais esperta e bem informada. O perigo, no entanto, reside
justamente em conhecimentos que precisamos memorizar (matérias de prova, por
exemplo), mas não o fazemos pela facilidade em encontrá-lo no Google.