segunda-feira, 5 de agosto de 2013

SAEPE - Exemplos de itens - Ensino Médio




QUESTÕES DE REVISÃO PARA O SAEPE – PORTUGÛES – 3º ANO – PROF.: MANOEL

QUESTÃO 1

O navio das sombras

É noite escura e o cais está deserto. Ivo ergue a gola do sobretudo. Sente muito frio, e o silêncio enorme e hostil enche-o de um vago medo. Vai viajar. Mas é estranho... Tudo parece diferente do que ele sempre imaginara. O grande transatlântico se desenha sem contornos certos contra o céu de fuligem. Não se vê um só vulto humano no cais. Adivinha-se, entretanto, na treva, a presença rígida e gelada dos guindastes. Os minutos passam. Ivo olha. Sim, agora vê com mais clareza a silhueta do grande barco. A grande viagem! O seu sonho vai se realizar. Ficarão para trás todas as suas angústias. É uma libertação. Devia estar alegre, sacudir os braços, correr, gritar. Mas uma opressão estranha o paralisa. Que é isto? Onde estão os outros passageiros? Onde se meteu a tripulação? É inquietante este silêncio noturno. É pavorosa esta sombra glacial que envolve tudo. Ivo quer lançar ao ar uma palavra. Pronuncia bem alto seu próprio nome. O som morre sem eco. O silêncio persiste. Então ele começa a sentir um mal-estar que nem a si mesmo consegue explicar. Divisa aos poucos, vultos imóveis na amurada do paquete. Parecem guardas petrificados dum barco fantasma. Por que não se movem? Por que não falam? A esta hora a orquestra de bordo devia estar tocando uma marcha festiva. Carregadores gritando. Passageiros, empregados de hotel, agentes da companhia de navegação, guardas – muita gente devia andar pelo cais num formigamento sonoro. No entanto, reina o mais espesso silêncio... Ivo dá dois passos e é tomado duma esquisita sensação de leveza. Caminha sem o menor esforço. E como se não encontrasse nenhuma resistência no ar, como se suas pernas fossem de algodão. Mete a mão no bolso. Sim, ali está a sua passagem. Fica mais tranquilo e encorajado.
Pode embarcar. Deve embarcar... Seria decepcionante perder o navio...
VERÍSSIMO, Érico. Disponível em: <http://www.releituras.com/everissimo_menu.asp>. Acesso em: 20 abr. 2011. (P121112ES_SUP)

 No final desse texto, a personagem principal está
                    A) alegre.        
                    B) com dor.           
                    C) com medo.             
                    D) confiante.               
          E) confuso.

QUESTÃO 2

Café com leite não é uma mistura nutritiva

Muita gente acha a combinação perfeita, pois o café ajuda a despertar e o leite alimenta. De fato, a cafeína dá uma ligada no cérebro e o leite tem proteínas e cálcio. Mas os taninos, que dão cor ao café, atrapalham a absorção dos nutrientes. “Essa competição é comum em outros tipos de alimento. No café com leite, ela é ainda mais prejudicial para mulheres perto da menopausa, que precisam de bastante cálcio”, diz a nutricionista Heloísa Guarita.
                      Mundo Estranho. São Paulo: Abril, abr. 2008, ed. 74, p. 34.

A informação principal desse texto está em:
A) “... o café ajuda a despertar e o leite alimenta.”              
B) “... a cafeína dá uma ligada no cérebro...”.                     
C) “... o leite tem proteínas e cálcio.”.                                                                                
D) “... os taninos atrapalham a absorção dos nutrientes.”.


QUESTÃO 3

Literatura. [Do lat. Litteratura.] S. f. 1. Arte de compor ou escrever trabalhos artísticos em prosa ou verso. 2. O conjunto de trabalhos literários dum país ou duma época. 3. Os homens de letras. 4. A vida literária. 5. A carreira das letras. 6. Conjunto de conhecimentos relativos às obras ou aos autores literários. 7. Qualquer dos usos estéticos da linguagem. (q.v.) 8. Fam. Irrealidade, ficção.9. Bibliografia. 10.Conjunto de escritos de propaganda de produto industrial.
Dicionário Aurélio Eletrônico Século XXI. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, versão 3.0.

A finalidade desse texto é
A) confirmar a origem de uma palavra latina.
B) constatar mudanças de significado de uma palavra.
C) definir uma palavra da Língua Portuguesa.  
D) informar o surgimento de uma nova palavra.
E) relatar o processo de criação de uma palavra.

QUESTÃO 4

Texto I

“Mulher, Irmã, escuta-me: não ames,
Quando a teus pés um homem terno e curvo
jurar amor; chorar pranto de sangue,
Não creias, não, mulher: ele te engana!
as lágrimas são gotas de mentira
E o juramento manto da perfídia”.
                            Joaquim Manoel de Macedo
   
Texto II

“Teresa, se algum sujeito bancar o
sentimental em cima de você
E te jurar uma paixão do tamanho de um
bonde
Se ele chorar
Se ele ajoelhar
Se ele se rasgar todo
Não acredite não Teresa
É lágrima de cinema
É tapeação
Mentira
CAI FORA
         Manuel Bandeira

Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima, sugerem que:
A) Há um tratamento idealizado da relação homem/mulher.
B) Há um tratamento realista da relação homem/mulher.
C) A relação familiar é idealizada.
D) A mulher é superior ao homem.
E) A mulher é igual ao homem.

QUESTÃO 5

O início de um romance

Foi numa bela manhã primaveril... deixe-me ver... teria sido numa tarde outonal?
Ou numa noite de verão? Acho que numa manhã invernal... sim, creio que foi mesmo numa manhã invernal que eu enlacei Monique ternamente pela cintura e beijei seus lábios carnudos. Monique suava muito... ah!... agora me lembro, Monique suava, era uma noite quente de verão e não uma manhã de inverno. Recordo-me perfeitamente que ela me pediu para tirar o seu casaco de peles que eu coloquei sobre o divã estendido, um lindo e caríssimo vison. Espere aí... casaco de peles? Era uma manhã de inverno mesmo, fria, cinzenta e chuvosa, como poderia me esquecer?
Levei Monique para o jardim e a deitei sobre a relva repleta de folhas amareladas... lembro-me nitidamente dessas folhas amareladas... não era manhã de inverno!
Era uma deliciosa tarde de outono, uma tarde lépida e prazerosa. Como poderia deitar Monique num jardim sobre a relva numa fria manhã de inverno? Ainda mais porque Monique disse-me alguma coisa quando debrucei-me sobre ela para depositar meu ósculo cheio de paixão em seus lábios cor de pitanga... Monique disse... Monique disse... qualquer coisa a respeito de folhas... isso mesmo. Monique disse que a melhor estação era a primavera, não sei se reclamando do outono com suas falling leaves* ou porque era mesmo primavera.
Droga! Como posso dar início a um romance se nem mesmo sei em qual estação estávamos? Manhã primaveril, invernal? Tarde de outono? Noite de inverno?
Só sei que beijei Monique... Monique?
Ou foi Cristina?
* folhas que caem
Fonte: Mino. Diário do Nordeste, 30/04/2000.

As reticências que aparecem no texto indicam:
A) Hesitação ou breve interrupção de pensamento.
B) Suspense para chamar a atenção do leitor.
C) Falta de criatividade do autor do texto.
D) Que o autor do texto é uma pessoa decidida.

QUESTÃO 6

Há alguns anos, o autor teatral Plínio Marcos escreveu um texto e, a partir dele, gravou um vídeo a ser apresentado aos presidiários da Casa de Detenção, em São Paulo. O objetivo era orientar os detentos sobre os cuidados que eles deveriam ter para evitar o contágio pelo vírus da AIDS.

Alguns trechos do texto:

Aqui é bandido: Plínio Marcos! Atenção, malandrage! Eu num vô pedir nada, vô te dá um alô! Te liga aí: aids é uma praga que rói até os mais fortes, e rói devegarinho. Deixa o corpo sem defesa contra a doença. Quem pegá essa praga está ralado de verde e amarelo [...]. Num tem dotô que dê jeito, nem reza brava, nem choro, nem vela, nem
ai-Jesus. Pegou aids, foi pro brejo! Agora sente o aroma da perpétua: aids passa pelo esperma e pelo sangue, entendeu?, pelo esperma e pelo sangue! [...]Aids não toma conhecimento de macheza, pega pra lá e pega pra cá, pega em home, pega em bicha, pega em mulhé, pega em roçadeira! Pra essa peste num tem bom! Quem bobeia fica premiado. E fica um tempão sem sabê. [...] Então te cuida! Sexo, só com camisinha.
Fonte: http://www.scribd.com/doc/2299681/Lingua-falada-e-escrita-exercicios– Acesso em: 30/10/08.

O autor do texto utilizou a variante linguística própria daquele grupo social para:
A) Adequar a linguagem à norma padrão.
B) Buscar identificação por meio da linguagem para atingir os detentos.
C) Linguagem direta para aproveitamento completo da informação.
D) Falante e ouvintes pertencem ao mesmo meio sócio-cultural.

QUESTÂO 7

O ladrão entra numa joalheria e rouba todas as joias da loja. Guarda tudo numa mala e, para disfarçar, coloca roupas em cima. Sai correndo para um beco, onde encontra um amigo, que pergunta:
- E aí, tudo joia?
- Que nada! Metade é roupa...
Fonte:http://www.gel.org.br/4publica-estudos-2005/4publica-estudos-2005-pdfs/piadas-e-tiras-em-quadrinhos-119.pdf?SQMSESSID=a38ffc79c82bcbe561e1c641326fd16c - Acesso em 16/6/2008

Na frase “- E aí, tudo joia?” a expressão destacada apresenta ambiguidade . O que causa o efeito de humor?
A) O fato da mala conter joias.
B) O fato do ladrão não entender a pergunta.
C) O fato da mala conter roupas.
D) O fato do amigo não conhecer o conteúdo da mala.

QUESTÃO 8


Ah! Os Relógios

Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...
Mário Quintana

O trecho: “em seus fúteis problemas tão perdidas/ que até parecem mais uns necrológios...”, refere-se:
A) Ao tempo que inventa a morte.
B) Às vidas que se perdem com futilidades.
C) Àqueles que pensam na falta de tempo.
D) Àqueles que pensam na morte e na vida.

GABARITO:   
1. D     2. D     3. C     4. B     5. A     6. B     7. B      8. B



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