QUESTÕES DE REVISÃO PARA O SAEPE – PORTUGÛES – 3º ANO –
PROF.: MANOEL
QUESTÃO 1
O navio das sombras
É noite escura e o
cais está deserto. Ivo ergue a gola do sobretudo. Sente muito frio, e o silêncio
enorme e hostil enche-o de um vago medo. Vai viajar. Mas é estranho... Tudo
parece diferente do que ele sempre imaginara. O grande transatlântico se
desenha sem contornos certos contra o céu de fuligem. Não se vê um só vulto
humano no cais. Adivinha-se, entretanto, na treva, a presença rígida e gelada
dos guindastes. Os minutos passam. Ivo olha. Sim, agora vê com mais clareza a
silhueta do grande barco. A grande viagem! O seu sonho vai se realizar. Ficarão
para trás todas as suas angústias. É uma libertação. Devia estar alegre,
sacudir os braços, correr, gritar. Mas uma opressão estranha o paralisa. Que é
isto? Onde estão os outros passageiros? Onde se meteu a tripulação? É inquietante
este silêncio noturno. É pavorosa esta sombra glacial que envolve tudo. Ivo
quer lançar ao ar uma palavra. Pronuncia bem alto seu próprio nome. O som morre
sem eco. O silêncio persiste. Então ele começa a sentir um mal-estar que nem a
si mesmo consegue explicar. Divisa aos poucos, vultos imóveis na amurada do
paquete. Parecem guardas petrificados dum barco fantasma. Por que não se movem?
Por que não falam? A esta hora a orquestra de bordo devia estar tocando uma
marcha festiva. Carregadores gritando. Passageiros, empregados de hotel,
agentes da companhia de navegação, guardas – muita gente devia andar pelo cais
num formigamento sonoro. No entanto, reina o mais espesso silêncio... Ivo dá
dois passos e é tomado duma esquisita sensação de leveza. Caminha sem o menor esforço.
E como se não encontrasse nenhuma resistência no ar, como se suas pernas fossem
de algodão. Mete a mão no bolso. Sim, ali está a sua passagem. Fica mais
tranquilo e encorajado.
Pode embarcar. Deve
embarcar... Seria decepcionante perder o navio...
VERÍSSIMO, Érico. Disponível em:
<http://www.releituras.com/everissimo_menu.asp>. Acesso em: 20 abr. 2011.
(P121112ES_SUP)
No final desse texto, a personagem principal
está
A) alegre.
B) com dor.
C) com medo.
D) confiante.
E) confuso.
QUESTÃO 2
Café com leite não é uma mistura nutritiva
Muita gente acha a
combinação perfeita, pois o café ajuda a despertar e o leite alimenta. De fato,
a cafeína dá uma ligada no cérebro e o leite tem proteínas e cálcio. Mas os
taninos, que dão cor ao café, atrapalham a absorção dos nutrientes. “Essa
competição é comum em outros tipos de alimento. No café com leite, ela é ainda
mais prejudicial para mulheres perto da menopausa, que precisam de bastante
cálcio”, diz a nutricionista Heloísa Guarita.
Mundo Estranho. São Paulo: Abril, abr. 2008, ed. 74, p. 34.
A informação
principal desse texto está em:
A) “... o café ajuda
a despertar e o leite alimenta.”
B) “... a cafeína dá
uma ligada no cérebro...”.
C) “... o leite tem
proteínas e cálcio.”.
D) “... os taninos
atrapalham a absorção dos nutrientes.”.
QUESTÃO 3
Literatura. [Do lat. Litteratura.] S. f. 1. Arte de
compor ou escrever trabalhos artísticos em prosa ou verso. 2. O conjunto de
trabalhos literários dum país ou duma época. 3. Os homens de letras. 4. A vida
literária. 5. A carreira das letras. 6. Conjunto de conhecimentos relativos às
obras ou aos autores literários. 7. Qualquer dos usos estéticos da linguagem.
(q.v.) 8. Fam. Irrealidade, ficção.9. Bibliografia. 10.Conjunto de escritos de
propaganda de produto industrial.
Dicionário Aurélio Eletrônico Século XXI. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, versão 3.0.
A finalidade desse
texto é
A) confirmar a origem
de uma palavra latina.
B) constatar mudanças
de significado de uma palavra.
C) definir uma
palavra da Língua Portuguesa.
D) informar o
surgimento de uma nova palavra.
E) relatar o processo
de criação de uma palavra.
QUESTÃO 4
Texto I
“Mulher, Irmã,
escuta-me: não ames,
Quando a teus pés um
homem terno e curvo
jurar amor; chorar
pranto de sangue,
Não creias, não,
mulher: ele te engana!
as lágrimas são gotas
de mentira
E o juramento manto
da perfídia”.
Joaquim Manoel de Macedo
Texto II
“Teresa, se algum
sujeito bancar o
sentimental em cima
de você
E te jurar uma paixão
do tamanho de um
bonde
Se ele chorar
Se ele ajoelhar
Se ele se rasgar todo
Não acredite não
Teresa
É lágrima de cinema
É tapeação
Mentira
CAI FORA
Manuel Bandeira
Os autores, ao
fazerem alusão às imagens da lágrima, sugerem que:
A) Há um tratamento
idealizado da relação homem/mulher.
B) Há um tratamento
realista da relação homem/mulher.
C) A relação familiar
é idealizada.
D) A mulher é
superior ao homem.
E) A mulher é igual
ao homem.
QUESTÃO 5
O início de um romance
Foi numa bela manhã
primaveril... deixe-me ver... teria sido numa tarde outonal?
Ou numa noite de
verão? Acho que numa manhã invernal... sim, creio que foi mesmo numa manhã
invernal que eu enlacei Monique ternamente pela cintura e beijei seus lábios
carnudos. Monique suava muito... ah!... agora me lembro, Monique suava, era uma
noite quente de verão e não uma manhã de inverno. Recordo-me perfeitamente que
ela me pediu para tirar o seu casaco de peles que eu coloquei sobre o divã
estendido, um lindo e caríssimo vison. Espere aí... casaco de peles? Era uma manhã
de inverno mesmo, fria, cinzenta e chuvosa, como poderia me esquecer?
Levei Monique para o
jardim e a deitei sobre a relva repleta de folhas amareladas... lembro-me
nitidamente dessas folhas amareladas... não era manhã de inverno!
Era uma deliciosa tarde
de outono, uma tarde lépida e prazerosa. Como poderia deitar Monique num jardim
sobre a relva numa fria manhã de inverno? Ainda mais porque Monique disse-me
alguma coisa quando debrucei-me sobre ela para depositar meu ósculo cheio de
paixão em seus lábios cor de pitanga... Monique disse... Monique disse...
qualquer coisa a respeito de folhas... isso mesmo. Monique disse que a melhor
estação era a primavera, não sei se reclamando do outono com suas falling
leaves* ou porque era mesmo primavera.
Droga! Como posso dar
início a um romance se nem mesmo sei em qual estação estávamos? Manhã
primaveril, invernal? Tarde de outono? Noite de inverno?
Só sei que beijei
Monique... Monique?
Ou foi Cristina?
* folhas que caem
Fonte: Mino. Diário do Nordeste, 30/04/2000.
As reticências que
aparecem no texto indicam:
A) Hesitação ou breve
interrupção de pensamento.
B) Suspense para
chamar a atenção do leitor.
C) Falta de
criatividade do autor do texto.
D) Que o autor do
texto é uma pessoa decidida.
QUESTÃO 6
Há alguns anos, o
autor teatral Plínio Marcos escreveu um texto e, a partir dele, gravou um vídeo
a ser apresentado aos presidiários da Casa de Detenção, em São Paulo. O
objetivo era orientar os detentos sobre os cuidados que eles deveriam ter para
evitar o contágio pelo vírus da AIDS.
Alguns trechos do texto:
Aqui é bandido:
Plínio Marcos! Atenção, malandrage! Eu num vô pedir nada, vô te dá um alô! Te
liga aí: aids é uma praga que rói até os mais fortes, e rói devegarinho. Deixa
o corpo sem defesa contra a doença. Quem pegá essa praga está ralado de verde e
amarelo [...]. Num tem dotô que dê jeito, nem reza brava, nem choro, nem vela,
nem
ai-Jesus. Pegou aids,
foi pro brejo! Agora sente o aroma da perpétua: aids passa pelo esperma e pelo
sangue, entendeu?, pelo esperma e pelo sangue! [...]Aids não toma conhecimento
de macheza, pega pra lá e pega pra cá, pega em home, pega em bicha, pega em
mulhé, pega em roçadeira! Pra essa peste num tem bom! Quem bobeia fica
premiado. E fica um tempão sem sabê. [...] Então te cuida! Sexo, só com
camisinha.
Fonte: http://www.scribd.com/doc/2299681/Lingua-falada-e-escrita-exercicios–
Acesso em: 30/10/08.
O autor do texto
utilizou a variante linguística própria daquele grupo social para:
A) Adequar a
linguagem à norma padrão.
B) Buscar
identificação por meio da linguagem para atingir os detentos.
C) Linguagem direta
para aproveitamento completo da informação.
D) Falante e ouvintes
pertencem ao mesmo meio sócio-cultural.
QUESTÂO 7
O ladrão entra numa
joalheria e rouba todas as joias da loja. Guarda tudo numa mala e, para
disfarçar, coloca roupas em cima. Sai correndo para um beco, onde encontra um
amigo, que pergunta:
- E aí, tudo joia?
- Que nada! Metade é
roupa...
Fonte:http://www.gel.org.br/4publica-estudos-2005/4publica-estudos-2005-pdfs/piadas-e-tiras-em-quadrinhos-119.pdf?SQMSESSID=a38ffc79c82bcbe561e1c641326fd16c
- Acesso em 16/6/2008
Na frase “- E aí, tudo joia?” a expressão
destacada apresenta ambiguidade . O que causa o efeito de humor?
A) O fato da mala
conter joias.
B) O fato do ladrão
não entender a pergunta.
C) O fato da mala
conter roupas.
D) O fato do amigo
não conhecer o conteúdo da mala.
QUESTÃO 8
Ah! Os Relógios
Amigos, não consultem
os relógios
quando um dia eu me
for de vossas vidas
em seus fúteis
problemas tão perdidas
que até parecem mais
uns necrológios...
Porque o tempo é uma
invenção da morte:
não o conhece a vida
- a verdadeira -
em que basta um
momento de poesia
para nos dar a
eternidade inteira.
Inteira, sim, porque
essa vida eterna
somente por si mesma
é dividida:
não cabe, a cada
qual, uma porção.
E os Anjos
entreolham-se espantados
quando alguém - ao
voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que
horas são...
Mário Quintana
O trecho: “em seus fúteis problemas tão perdidas/ que
até parecem mais uns necrológios...”, refere-se:
A) Ao tempo que
inventa a morte.
B) Às vidas que se
perdem com futilidades.
C) Àqueles que pensam
na falta de tempo.
D) Àqueles que pensam
na morte e na vida.
GABARITO:
1. D 2. D 3. C 4. B 5. A 6. B 7. B 8. B
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