quinta-feira, 11 de julho de 2013

Vícios de linguagem

Vícios de linguagem

Vícios de linguagem são, segundo Napoleão Mendes de Almeida, palavras ou construções que deturpam, desvirtuam, ou dificultam a manifestação do pensamento, seja pelo desconhecimento das normas cultas, seja pelo descuido do emissor.

Ambiguidade ou Anfibologia

Ocorre quando, por falta de clareza, há duplicidade de sentido da frase.
Exemplos:
Ana disse à amiga que seu namorado havia chegado. (O namorado é de Ana ou da amiga?)
O pai falou com o filho caído no chão. (Quem estava caído no chão? Pai ou filho?)

Cacofonia
Ocorre quando a junção de duas ou mais palavras na frase provoca som desagradável ou palavra inconveniente.
Exemplos:
Uma mão lava outra. (mamão)
Vi ela na esquina. (viela)
Dei um beijo na boca dela. (cadela) 

Eco
Ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
Exemplo: A divulgação da promoção não causou comoção na população.

Hiato
Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocando dissonância.
Exemplos:
Eu a amo.
Ou eu ou a outra ganhará  o concurso.

Colisão
Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
Exemplo: Sua saia sujou.

Barbarismo
Barbarismo, peregrinismo ou estrangeirismo (para os latinos qualquer estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão ou construção estrangeira no lugar de equivalente vernácula.
De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem diferentes nomes: galicismo ou francesismo, quando provenientes do francês (Pais de Gália, antigo nome da França); anglicismo, quando do inglês;
castelhanismo, quando vindos do espanhol;
Exemplos:
a) Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado seria "quanto mais penso, (tanto) mais fico inteligente");
b) Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria "comeu um rosbife");
c) Eles têm serviço de delivery. (anglicismo; o mais adequado seria "Eles têm serviço de entrega").
d) Premiê apresenta prioridades da Presidência lusa da UE (galicismo, o mais adequado seria Primeiro-ministro)
e) Nesta receita gastronômica usaremos Blueberries e Grapefruits. (anglicismo, o mais adequado seria Mirtilo e Toranja)
f) Convocamos para a Reunião do Conselho de DA's (plural da sigla de Diretório Acadêmico). (anglicismo, e mesmo nesta língua não se usa apóstrofo 's' para pluralizar; o mais adequado seria DD.AA. ou DAs.)
g) Irei ao toilette (galicismo, o mais adequado seria Banheiro).

Paradoxo vicioso
Paradoxo é uma figura de linguagem. Quando consiste numa antítese extrema inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é considerado um vício de linguagem. A esse tipo de paradoxo chamamos paradoxo vicioso.
Exemplos:
a) "Ele vai ser o protagonista terminal da peça."
b) "Meninos, entrem já para fora!"
c) "Estou subindo para baixo."
d) "Tenho certeza relativa!"

Plebeísmo
O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e termos considerados informais.
Exemplos:
a)"Ele era um tremendo mané!"
b)"Esse bagulho é 'radicaaaal'!!! Tá ligado mano?"
c)'Vô piálá'mais tarde ' !!! Se ligou maluco ?

Prolixidade
É a exposição fastidiosa e inútil de palavras ou argumentos e à sua superabundância. É o excesso de palavras para exprimir poucas ideias.
A prevenção à prolixidade requer que se tenha atenção à concisão e precisão da mensagem. Concisão é a qualidade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras. Precisão é a qualidade de utilizar a palavra certa para dizer  exatamente o que se quer.

Pleonasmo vicioso
Pleonasmo é uma figura de linguagem. Quando consiste numa redundância inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é considerado um vício de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chamamos pleonasmo vicioso.
Exemplos:
a)"Ele vai ser o protagonista principal da peça". (Um protagonista é, necessariamente, a personagem principal)
b)"Meninos, entrem já para dentro!" (O verbo "entrar" já exprime ideia de ir para dentro)
c)"Estou subindo para cima." (O verbo "subir" já exprime ideia de ir para cima)
d)"Tenho certeza absoluta " - (Toda "certeza" é absoluta)

Solecismo
Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com relação à gramática normativa do idioma.
Há três tipos de solecismo:
De concordância:
Exemplos:
a)"Fazem três anos que não vou ao médico." (Faz três anos que não vou ao médico.)
b)"Aluga-se salas nesse edifício." (Alugam-se salas nesse edifício.)
De regência:
Exemplo: "Ontem eu assisti um filme de época." (Ontem eu assisti a um filme de época.)
De colocação:
Exemplos:
a)"Me empresta um lápis, por favor." (Empresta-me um lápis, por favor.)
b)"Me parece que ela ficou contente." (Parece-me que ela ficou contente.)
c)"Eu não respondi-lhe nada do que perguntou." (Eu não lhe respondi nada do que perguntou.)



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