quinta-feira, 12 de abril de 2012

Narrar

                        TEXTO NARRATIVO

Narrar  - contar histórias, reais ou imaginárias
              - relacionar personagens e ações
              - considerar circunstâncias de tempo e lugar

CLASSIFICAÇÃO DO TEXTO NARRATIVO
Relato – quando se refere a conhecimentos reais: subjetivos e objetivos.
Narrativa ficcional – quando se refere a acontecimentos imaginários.

CARACTERÍSTICAS
1. Predomínio de verbos de ação no pretérito perfeito, pretérito imperfeito e pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo.
- Pretérito perfeito: exprime um fato concluído antes do momento da narração;
- Pretérito imperfeito: refere-se a um fato que não havia chegado ao final no momento em que o outro   fato ocorreu;
- Pretérito mais-que-perfeito: diz respeito a um fato totalmente concluído e que aconteceu antes do outro fato, também já concluído.

 2.  Presença de elementos descritivos:
      - Tom informal, formal, subjetivo, objetivo, realista, romântico irônico, satírico, épico, etc.

RELATO E NARRATIVA FICCIONAL
1. Relato: acontecimentos verídicos. Pode ser subjetivo e objetivo.
Relato subjetivo – tom informal.
Gêneros: diário pessoal, autobiografia, relatos de casos, de experiências vividas, impressões de leitura, etc.
Relato objetivo – baseado em fatos que levam à busca de exatidão, de fidelidade ao real.
Gêneros: relatório, notícia de jornal, requerimento, memorando, ofício, etc.
2. Narrativa ficcional: acontecimentos imaginários.
Gêneros: fábula, conto, novela, poema narrativo, romance, etc.

ELEMENTOS DO TEXTO NARRATIVO
1. Enredo: modo de organizar as ações ou acontecimentos de uma narração.
Enredo linear – sequência lógica e progressiva de ações.
Etapas: situação inicial, complicação, clímax e desfecho.
Enredo não linear – descontinuidade temporal, utiliza recursos como o flashback (a suspensão do presente da narração e a volta a um tempo anterior àquele que está sendo narrado).
2. Narrador
Voz imaginária, escolhida pelo autor, de acordo com o tipo de história a ser elaborado. O narrador de um texto ficcional não pode ser confundido com o autor.
Chama-se foco narrativo a posição do narrador perante a história, o ângulo de visão por meio do qual ele narra.
Tipos básicos de foco narrativo:
1. Aquele em que o narrador participa da história como personagem (narração em 1ª pessoa: personagem-narrador).
2. Aquele em que o narrador se limita a narrar, sem fazer parte da matéria narrada (narrador em pessoa). O narrador em 3ª pessoa pode ser:
- Narrador-observador: o narrador conta a história como mero observador dos personagens e acontecimentos, isto é, sem saber, a respeito de ambos, mais do que pode observar. Transmite ao leitor o que enxerga “de fora”.
- Narrador-onisciente: o narrador conhece, e expressa, os sentimentos e pensamentos, a voz interior dos personagens, desvendando ao leitor a consciência e a intimidade deles.

3. Personagens
    Seres imaginários que vivenciam as ações contadas nas narrativas.
1. Personagens principais ou protagonistas – ocupam posição central nas narrativas, pois participam delas mais ativamente que os outros.
2. Personagens antagonistas – são tão importantes quanto os protagonistas, pois se opõem a eles como obstáculos, impondo-lhes desafios, conferindo mais dinamismo e movimentação ao enredo.
3. Personagens ajudantes ou auxiliares – contribuem na construção do conflito, dos jogos de interesses, das tramas paralelas etc.
    Modos de apresentação
1. Apresentação direta – ocorre por meio da descrição (seja por traços físicos, seja por traços psicológicos, como sentimentos e pensamentos, seja de ambos).
2. Apresentação indireta – acontece por meio de falas e ações dos personagens.

4.Tipos de discurso
1. Discurso direto – reproduz fidedignamente a fala dos personagens, sendo convencionalmente introduzido por verbos de elocução (dizer, cantar, interromper, responder, anunciar etc.) e, geralmente, por sinais de pontuação: aspas ou dois-pontos e travessão.
2. Discurso indireto – o narrador “filtra” a fala, os pensamentos e os sentimentos dos personagens, incorporando o discurso deles, por meio de verbos de elocução, seguidos das conjunções que e se.
3. Discurso indireto livre – o narrador conta os fatos usando o discurso indireto e reproduz o discurso do personagem sem, contudo, empregar os verbos de elocução (dizer, falar, responder etc.), as aspas ou o travessão. Dessa forma deixa  indefinidas as fronteiras entre o fluxo da consciência dos personagens e a própria voz narrativa.

5.Tempo e espaço – referem-se a quando e como a história aconteceu, ou seja, ao tipo de organização temporal que a caracteriza e ao lugar ou cenário em que os fatos ocorrem.
Tempo
Tempo cronológico – caracteriza as narrativas que contam os acontecimentos de modo linear e exterior ao universo mental dos personagens.
Tempo psicológico – caracteriza as narrativas que priorizam os estados mentais dos personagens.
Espaço
Espaço exterior – individual e social; pessoal e coletivo.
Espaço interior – subjetivo, psicológico.
SUGESTÕES DE PROCEDIMENTOS A SEREM EVITADOS E SEGUIDOS NO TEXTO NARRATIVO
EM VEZ DE
É PRECISO
enredo com saltos na sequência temporal ou acúmulo de fatos que não despertem o interesse do leitor;
produzir uma sequência expressiva de ações, com progressão temporal e desfecho não previsível adequado à história narrada.

conflito inexpressivo, desgastado, incompleto ou ausente;
criar conflitos coerentes e condizentes com o tom ou a atmosfera da história narrada
(romântica, de suspense, psicológica, irônica
 etc.).
personagens mal caracterizados, inverossímeis, artificiais ou sem função para o entendimento
da história;  
selecionar os elementos relevantes na caracterização dos personagens, integrando-os de forma consistente ao tipo de conflito desenvolvido.
confusão das categorias autor e narrador, alteração do foco narrativo sem objetivo
específico;
manter e adequar o foco narrativo à história narrada e à construção dos personagens.
marcação temporal desarticulada com a história, marcação espacial meramente decorativa, sem integração com as mudanças
temporais;
articular tempo e espaço com os outros elementos constitutivos da narração; narrador, personagem e enredo.
linguagem inexpressiva, artificial, inadequada em relação ao tipo de enredo escolhido;

escolher recursos expressivos, que tornem a narrativa envolvente e sedutora.





Um comentário:

  1. gostei da explicação, me deparei com casos assim e essa ajuda foi de grande importância, obrigado galera...

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